Fuéééé
Antes aqui a área era a beira do fim do mundo: ruas de terra, quitanda do japonês, clube de várzea, boca de fumo na feira e tudo mais que uma boa vizinhança pode e deve ter.
A avenida juscelino kubistchek não chegava na marginal, a faria lima não ia além do cruzamento com a avenida cidade jardim e a vila olímpia era quase uma fazenda.
Veio o progresso, e com os seus 3 ou 4 prefeitos, as avenidas se alongaram. ok. Mais carros passaram a circular pelo bairro. ok. Nasceram casas noturnas estilo camisa-cinto-e-mocassim somada à salto-agulha-blusinha-e-chapinha. ok. Kosovo se instalou na vizinhança para a confecção de um túnel que liga nada a coisa alguma. ok. Sobrevivemos, já que nada além de esperar nos cabia fazer.
O bairro, tenho de dizer, é um lugar agradável de morar, com todos os serviços metropolitanos próximos e acessíveis - padarias, restaurantes e botecos, sapateiros, costureiras e shopping centers, e apesar do império sempre contra-atacar com seus supermercados de luxo, seus bares de pé direito alto e mansões suspensas, o Itaim abriga carinhosamente o seu Emi - japonês dono da quitanta,ente outros moradores do "bairro". Por essas facilidades, por esse sentimento de "vizinhança" foi que nunca pensei em sair daqui.
Até agora. A dúvida, que nunca tinha brotado em meu coração, se instalou junto com as celebrações natalinas, quando os postes da rua doutor mairo ferraz amanheceram cobertos com a mais feia decoração natalina já vista na minha vida
é certo que a pretensão acaba com a melhor das intenções. E o excesso de formalidade também...