terça-feira, junho 26, 2007

das coisas que ouço por aí

Ela é a secretária do salão da rua, ele é mestre de obras do prédio que está em construção ao lado do dito templo da beleza. Ele está super afim. Ela nem tanto. Ele passa todo dia para puxar papo. Ela desvia o olhar e não dá bola. Numa cartada certeira ele se aproxima e diz:
- Se você for minha mulher, não precisa cozinhar todo dia, e a louça você pode deixar para lavar no dia seguinte.
....

é hoje

* FS, é uma revista dedicada ao mundo da imagem, agora sob a batuta de João "Tranca Ruas" Wainer. Ignácio "Lost" Aronovich & Lousie "Art" Chin estão lá e no Camboja. Fotos da prostituição capturadas por Antonio Gaudério, por sua vez é entrevistado por Xico "O Carapuceiro" Sá. Mario Cravo Neto & Christian Cravo, Thelma Villas Boas, revista bacana só com nomão, e no meio deles, acredite, até eu participei =)

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segunda-feira, junho 25, 2007

*orgulho*

Desde pequena sou fã de quadrinhos: as histórias, os desenhos, a união dos dois, detalhes, mundos impossíveis tornados possíveis naquele universo bidimensional.
Quando pequena pensei em ser roteirista dos gibis da turma da Mônica mas depois de virar gente grande (porque crescer são outros quinhentos) conheci Gabriel Bá & Fábio Moon pessoalmente. há cerca de três ou quatro anos, Gabriel primeiro, Fábio veio junto e daí o resto da (querida) família.
Os dois desenham HQs - algumas lidas antes de conhecê-los - 10 pãezinhos é a sua assinatura desde os tempos de fanzine na faculdade. De lá sobrou o nome da dupla até seus gibis "Rock'n'Roll" aos livros ilustrados "O Girassol & a Lua", o eterno "Meu coração, não sei por que", o delicioso "Crítica", "Bang Bang", "Mesa para dois".
Eles foram os primeiros quadrinhistas que conheci - Quadrinhistas de verdade, daqueles que fazem suas próprias histórias e não só desenham para outros, aqueles que economizam (mesmo, né Bá!) grana para TODO ano ir `a COMICON (a conferência mundial de quadrinhos em San Diego), e que apesar do praticamente inexistente mercado nacional para gibis adultos, insistem em lançar fanzines, histórias (uma por ano, pelo menos), livros ilustrados e até ousam ao aceitar o convite recente para transpor o clásssico "O Alienista" de Machado de Assis para o mundo HQ.
















Por isso, tenho o maior orgulho em colocar aqui que a Entertainment Weekly, uma revista gringa, deu a maior moral para os meninos...colocando-os entre as 100 estrelas que a revista ama no momento. " A Entretainment Weekly faz todo ano uma lista de 100 coisas imperdíveis, mais criativas, mais "cool" do mundo do entretenimento. Muitos atores e filmes na lista (como a cheerleader do Heroes em primeiro lugar, o moleque do Transformers em segundo e a Angelina Jolie em terceiro), alguns filmes, livros, revistas. " (copiei isso do blog deles)
Sim, meus amigos são estrelas. E isso não é cafona porque eles são meus amigos, ora bolas. Eles trabalham ardua e ensadecidamente, e merecem mais.

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sábado, junho 23, 2007

Extremamente alto & incrivelmente perto


Dos bons livros há de se dizer da história que prende até chegar ao ponto em que o final está próximo e o leitor divide-se entre curioso pela conclusão e econômico para que aquelas poucas páginas que faltam durem mais tempo que a sua própria ansiedade.

As palavras tem de escorrer por entre as linhas do livro, prendendo a atenção enquanto mantém a naturalidade da conversa. Enquanto o narrador divide suas histórias e descobertas, compactua para que elas também sejam do leitor.

Oskar é um menino de 9 anos que escreve cartas para Stephen Hawking, Ringo Star e cujo pai morreu um ano antes no atentado do WTC:

"Embora seu caixão estivesse vazio, seu closet estava cheio. ".

Além de Oskar, outras pessoas estão nessas páginas. O leitor é convidado a participar de outra história, através de cartas entituladas "Por que não estou onde você está" - daí talvez a mítica que o autor Jonathan Safran Foer ser "discípulo" de Paul Auster.

"De repente fiquei tímida. Não estava acostumada `a timidez. Estava acostumada `a vergonha. Timidez é quando você desvia o rosto de algo que quer. Vergonha é quando você desvia o rosto de algo que não quer."

Há muitas estórias dentro da história, muitos espaços. Há espaço para saber que `as vezes as botas de Oskar ficam pesadas, para ler cartas, para partilhar da conversa dele com a avó pelo walkie talkie, para sentir um friozinho na barriga quando ele sai por Nova York com uma chave na mão tentando descobrir o que ela abre.

"Comecei a arrumar tudo, e foi aí que notei mais uma coisa estranha. No meio de todo aquele vidro havia um pequeno envelope, mais ou menos do tamanho de um cartão de internet sem fio. Mas quê? Abri, e dentro dele havia uma chave. Mas quê, mas quê? Era uma chave de aparência esquisita, obviamente para abrir algo extremamente importante, porque era mais curta e mais grossa que uma chave normal. Não consegui explicar: uma chave curta e grossa, dentro de um pequeno envelope, dentro de um vaso azul na prateleira mais alta do closet."

Danado esse menino Oskar e suas encucações, devaneios, e sua busca pelo que a chave abre.

"Li o primeiro capítulo de Uma breve história do tempo quando o Pai ainda estava vivo e fiquei com as botas incrivelmente pesadas ao perceber como a vida é relativamente insignificante e como, se comparada com o universo e com o tempo, a minha existência não faz diferença nenhuma."

Nesse meio tempo ele interpreta Hamlet - ou melhor, a caveira de Hamlet - trecho que rende um de seus mais hilários devaneios. Oskar aquece o coração daqueles leitores que pensam demais, estímulando um retrato seu como uma criança de oito anos, ora relembrando que oito anos ainda existe dentro do seu coração.

"Estava ficando difícil manter todas as coisas que eu não conhecia dentro de mim"

Oskar encontra pessoas incríveis em sua caminhada:

"Tantas pessoas entram e saem da vida da gente! Centenas de milhares de pessoas! Você precisa manter a porta aberta para que elas entrem! Mas isso também significa que você precisa deixá-las sair!"

"Extremamente Alto e Incrivelmente Perto" apareceu nas minhas mãos numa recente viagem a NY e não veio na sua edição americana. Na chegada em SP e na primeira ida `a merça, três dinheiros para quem adivinhar que livro me esperava de frente na estante, aqui na (ótima) tradução de Daniel Galera.

Talvez o mais incrível livro é aquele que desperta o leitor `a consciência da existência do universo comum, permitindo ao livro inspirar e transportar-se para a vida real.
Oskar tem um caderno chamado "Coisas que aconteceram comigo". Um pequeno álbum que ele monta de fotos com tudo que aconteceu com ele - e um pouco do que não aconteceu também.
Eu tinha cadernos sem nome. Agora eles nome já tem.


"O Sr.Black me perguntou como eu ia me sentir na cama, naquela noite, se não embarcasse no ferry. Eu disse "Botas pesadas, provavelmente." "E como vai se sentir se embarcar?" "Cém dólares." "E então?" "Mas e enquanto eu tiver no ferry? E se ele afundar? E se alguém me empurrar para fora? E se for atingido por um lança-foguetes portátil? Não haverá hoje `a noite, hoje." Ele disse "Nesse caso você não vai sentir nada, de qualquer forma." Fiquei pensando naquilo.

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terça-feira, junho 19, 2007

SPFW

hoje, último dia da temporada, vai ser o meu primeiro de São Paulo Fashion Week. E eis que encontro esse vídeo preparatório que o pessoal da Pista TV fez.

sexta-feira, junho 15, 2007

Renaite Informa

Fim de semana animado, cheio de coisas bacanas para se fazer.








quinta-feira, junho 07, 2007

O melhor dos últimos tempos

O negócio é que estou fazendo um podcast para o site Skol Beats (- pausa para jabá: escrevo, produzo podcast, videocast e em breve terei um blog: fim do jabá -) sobre blogs de mp3 o que obriga a vasculhar a rede atrás das mais diversas fontes de informação. Eis que encontro em um dos meus preferidos, Discobelle.net, o vídeo abaixo:

segunda-feira, junho 04, 2007

Filme de terror

tenho medo de dentista
tenho medo da fragilidade
tenho medo da certeza
tenho medo da independência
tenho medo de ser mal entendida
tenho medo da primeira, da segunda, da terceira impressão
tenho medo da minha carência escorrer como suor pelos poros
tenho medo da música parar de tocar e eu parar de dançar

Deixar a solidão para longe tão longe que nem te vê, nem sente, sente só a alma preenchida pela música sem luz, carinho no escurinho, ninguém te toca, ninguém te aflige, ninguém te alcança.

ai eu penso

se tiver medo, não terei nada para fazer

aí mando o medo se fuder

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quem anda pela net

Renata Ox voltou a teclar
e aproveitou para me lembrar que Adri Lopes nunca deixou de estar entre nós
enquanto isso, um povo abandonou suas bodegas virtuais
para os seus MP3s favoritos, visitem Discobelle
e aqui para celebrar a volta da (ex-revista-agora-blog) Pista
*e esqueci de comentar, o excelentíssimo senhor Fábio José também está acá, solo

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sábado, junho 02, 2007

monotemática

*
chove, e se você freqüenta esse blog, sabe o que isso quer dizer.
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Segue o passar lento dos dias
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Tem quem saia por aí vivendo como se não houvesse amanhã.
*
Reforça a certeza de ser verdadeiro com os seus sentimentos, de viver a vida da melhor maneira possível.
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O (d)efeito que têm na minha cabeça é a péssima mania de querer chacoalhar a vida dos outros como essa história chacoalhou a minha. Quero impô-la`a todos, quero dizer tudo que penso para que todo mundo viva melhor. O nó é que cada um escuta o que quer. Calar mesmo quando o grito urge na garganta, porque em boca fechada não entra mosca.
*

Contardo Calligaris escreveu no dia 31 na Folha:
"CONTARDO CALLIGARIS

Vidas bem vividas

Há vidas que despertam o aplauso. Elas merecem ser contadas, pois foram vividas sem medo

(...)
Por que, às vezes, estou a fim de aplaudir uma vida? Esse tipo de aplauso não expressa apenas a gratidão e o elogio reservados a quem se dedicou generosamente aos outros nem o encômio destinado a quem deixou no mundo uma obra ou uma marca duradouras. Tampouco estou a fim de aplaudir porque uma vida me parece ter alcançado uma forma qualquer de bom êxito material ou espiritual.
Tudo isso, claro, pode alimentar minha admiração, mas o aplauso, justamente por seu caráter teatral, é desencadeado por algo mais, (...)que poderia ser resumido assim: aquela vida vale a pena ser contada.
Não é fácil definir o que faz que uma vida tenha essa qualidade estética ou poética que lhe dá, por assim dizer, a grandeza e a dignidade de um romance. Não é a felicidade nem o sucesso, nem o caráter extraordinário dos eventos; uma vida pode ser uma série de fracassos, mancadas e tristezas, pode também ser trivial e, no entanto, valer a pena ser contada.
Talvez a qualidade poética de uma vida que desperta o aplauso esteja na sensação de que seu protagonista foi animado por uma obstinada fidelidade ao desejo: seja qual for a distribuição das cartas pelo acaso ou pelo destino, ele jogou bem porque jogou sem medo de jogar. Na hora de nos despedir de alguém que nos é querido, choramos nossa perda, e é normal que seja assim. Mas deveríamos festejar, quando der, a "beleza" de sua vida. E chorar, quando for o caso, as vidas que se perdem não pela morte, mas pela morte-em-vida -as vidas, em suma, dos que não conseguiram ser atores de suas próprias vidas.