segunda-feira, outubro 29, 2007

Inspira

Está sufocado
não falta ar
respira sempre o mesmo
não troca carbono por oxigênio

ar viciado da porra
a mesma merda/a mesma moda
acha que respira
o que inspira anestesia
impede de perceber
o que trava com você

segredo:
o que te trava é você mesmo
que esqueceu de reinventar
resolveu parar de acreditar


nem bem como quando onde
nem por que
você sai dessa
e vai respirar
dar uma bela golfada de ar
tira a cabeça da garrafa
deixa de ser prisioneiro de si mesmo
das mesmas idéias
atitudes
posturas
pensamentos
de tudo que acreditava que era parte sua
era nada
era parte anestesiada
como carne necrosada

percebe que estava ali, mortinha da silva, enterrada viva nas entranhas
olha ela
estranha
olha você
não vê
olha o fundo dos olhos no espelho
e pouco há para olhar

não há viço, brilho ou sinal de vida
deixou-a no canto esquecida
enquanto gastava o tempo existente entre dormir e acordar


ei, psiu, lembra.... no meio há espaço para sonhar

sexta-feira, outubro 26, 2007

El gran dia

Hoy es un dia muy especial

es lo dia internacional de se hablar portuñol. Tres vivas a língua selvagem que habita nosotros. Para saber mas clique aca ou aca

quinta-feira, outubro 25, 2007

Já percebeste?

Toda vez que chove na Babilônia diversos semáforos páram de funcionar, só piscam sem parar amarelo-atenção.

histórias que ouço por aí

"O banheiro é aqui mesmo, pode botar o gigante prá chorar"
(dito a um amigo que procurava o banheiro masculino)

quinta-feira, outubro 18, 2007

URBANO

O Urbano, mio programa no Multishow, exibido toda 5afeira às 23h15, hoje fala de "Arte por Toda Parte"...e eu que não sou muito do jabá (quase nada) hoje venho até aqui falar para você assistir e vir aqui comentar.

Temos ótimos convidados e ações - os meninos do seis e meio que pintam as bocas de lobo da cidade; Mariana Martins, artista, urbanista e uma das donas da Galeria Choque Cultural vai ao centro falar de arquitetura, arte, grafite, pixo e sobre essa história de ter "arte por toda parte". Mais um rolê de metrô e as obras de arte nessas estações.

Outra coisa bacana é que demos "direito de resposta antes dele ser pedido" ao excelentíssimo subprefeito Andrea Matarazzo, conhecido por sua política urbana de sair pintando de cinza tudo o que vê pela frente.

é hoje, às 23h15, no Multishow, canal 42 da Net/SKy
horários alternativos: sáb 17hs, dom 22hs, seg 18h30, ter 1h30 da manhã

imperdível

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Mais gente bacana por aqui

as belas pérolas do Xingu

o gaúcho Gustavo Mini e seu conector

o Migrante Digital de Guta Nascimento

O SuperFlavor dos pratos favoritos do Titi

Zi liga

O novo disco da Nação Zumbi, Fome de Tudo

Neon Bible, novo clip do Arcade Fire (e nome do último disco) no qual seu mouse tem um papel importantíssimo.

O novo Rraurl, vc viu?

segunda-feira, outubro 15, 2007

Ooops

Eram seis e meia da manhã. Peguei a amiga que trabalhava até pouco antes disso e botamos o pé na estrada. Ou melhor, tentamos. Porque eram seis e meia da manhã e feriado em são Paulo. O que significa que uma horda de gente também tinha como objetivo fugir da Babilônia e chegar à praia. Aparentemente todas elas tiveram a mesma idéia genial e resolveram ir para a estrada a esse horário.

Começava ai a epopéia do feriado furado. Treina hiperventilação minha filha, que só aí para não estressar.

Viajava sem rádio, o primeiro quesito para sobrevivência no trânsito. Esqueça o extintor, que na hora do desespero de não engatar a terceira marcha desde o meio da avenida dos bandeirantes ele não serve para nada. Nem para soltar o dedo e a espuma branca naquele mala do carro ao lado, que também está no anda-e-pára há quilômetros, e tenta fazer amizade.

A minha co-pilota desfalece ao meu lado, num sono pesado fruto de trabalho e uma dor de garganta do mal.

“Tráfego Lento devido ao excesso de veículos” (ah vá! Jura? Não tinha percebido... por que um luminoso me avisa isso?) Quase 7h44 da manhã e não tinha chegado à entrada de São Bernardo do Campo, no começo da rodovia. Quando o vizinho no trânsito gritou “êêê multishow” percebi claramente que tinha entrado em alguma zona escura “além da imaginação”. Agora era relaxar e...


Relaxar e lembrar do cara do posto dizendo que às 4 horas da manhã tava bem melhor “nem trânsito tinha”.

Entre alguns senhores de regata de surfe na beira da estrada se aliviando, eis que surge o D do ABC: Diadema querida, nunca pensei que ficaria tão feliz em te alcançar nessa vida. São 8h05 da manhã, o Guarujá está somente a 77 quilometros, nunca antes tão distantes.
Tem carro de Caracas (como descobri recentemente que alguns chamam Carapicuíba), carro com placa de Oz (Osasco para os íntimos), de Campinas, de São Paulo, tem placa que não acaba mais, irmão, é o que digo, tem placa de Jandira. Num piscar de olhos o transporte escolar vira festa da família.

O sistema de som do carro dos outros era a única música que passava por ali. Assim o comboio do Proibidão promoveu alguns minutos de distração. Cercando meu carro pela faixa da esquerda a frota pesava no grave e na descontração – o primeiro monza vinho sofrido espancava as caixas ao som do funk de guerra, seguido por um funk melody nas caixas de um celta também vinho, finalizado com o funk hit no corsa vinho da seqüência. No rastro a impressão que carro vinho na estrada toca funk na certa.

8h30 o trânsito desaparece. Capuf. Mágica. Deveria haver algum grande acidente ali mas só poucos carros no acostamento indicavam o acontecido. Procurava por algo que explicasse as duas horas para andar pouco mais de 50km.
Mas não havia, a não ser o mantra “muita gente que dirige mal ao mesmo tempo na estrada.”

Restou um grande número de carros mas já era possível engatar até a 4a marcha. Passei o pedágio e a serra suavemente e agradecendo o fim daquela tortura.

A tortura foi suspensa até quase Bertioga, quando a estrada parou de novo – gente chegando via Mogi, gente chegando para a Riviera de S.Lourenço (um mini guarujá encravado no litoral com uma única entrada e saída para milhares de pessoas....ah, a inteligência e perspicácia do nosso sistema rodoviário é emocionante), o que causava congestionamento até a entrada da digníssima praia. Como disse a moradora local passeando no contrafluxo da estrada “ Não aconteceu nada não, moço, é só feriado”.

E é por isso que nunca mais viajo em datas especiais da folhinha de todos nós.

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sexta-feira, outubro 05, 2007

Não sei se é medo bobo
aliás, medo pode ser bobo? não tinha aquele papo que medo só existe porque a gente tem de defender a própria vida? então esse tal de medo não deve ser bobo não.
Mais ai que medo bobo tem dado, toda vez que entro aqui. Não sei para onde ir.

quinta-feira, outubro 04, 2007

Mulher cão

Mulher-cão (mujer perra)

A geladeira onde estou fica onde? Não me lembro de tê-la visto em sua cintura de homem descoberto, muito menos nos caminhos labirínticos das tuas costas. Nem no reflexo dos fios grisalhos enquanto dormias, sem a mínima chance de saber o quanto lhe cai bem a velhice. Velhice-infantil, nossas pipas completamente soltas no céu de anil. Mas veja, os homens mais interessantes que já me ocorreram não passam de criancinhas saborosas e travessas que adoram brincar de viver. E se mostrar. Ou se esconder. Conto até doze e me encubro entre as curvas da estrada de Santos. Mas ele sempre me acha, e com a astúcia característica de um menino de oito anos, aos quarenta e tantos, me devora como a um algodão doce de 1,73 cm. Sensacional. Además, por homem bom não se chora, se ri. Por homem bom não se fecha, se abre. Do homem bom não se cobra, se dá. Com homem bom não se irrita, se brinca. Homem bom não se teme, se enrosca. Mulherzismos e chatices ficam pra trás com estes belos rapazes de trinta e poucos anos, prontos para olhar no fundão dos teus olhos e dizer qualquer besteira despretensiosa (e até ingênua) para te arrancar um sorriso. No momento, precisamos de um impulso maior do que o tedioso conforto de uma relação duradoura.

Camile, a autora