Ooops
Eram seis e meia da manhã. Peguei a amiga que trabalhava até pouco antes disso e botamos o pé na estrada. Ou melhor, tentamos. Porque eram seis e meia da manhã e feriado em são Paulo. O que significa que uma horda de gente também tinha como objetivo fugir da Babilônia e chegar à praia. Aparentemente todas elas tiveram a mesma idéia genial e resolveram ir para a estrada a esse horário.
Começava ai a epopéia do feriado furado. Treina hiperventilação minha filha, que só aí para não estressar.
Viajava sem rádio, o primeiro quesito para sobrevivência no trânsito. Esqueça o extintor, que na hora do desespero de não engatar a terceira marcha desde o meio da avenida dos bandeirantes ele não serve para nada. Nem para soltar o dedo e a espuma branca naquele mala do carro ao lado, que também está no anda-e-pára há quilômetros, e tenta fazer amizade.
A minha co-pilota desfalece ao meu lado, num sono pesado fruto de trabalho e uma dor de garganta do mal.
“Tráfego Lento devido ao excesso de veículos” (ah vá! Jura? Não tinha percebido... por que um luminoso me avisa isso?) Quase 7h44 da manhã e não tinha chegado à entrada de São Bernardo do Campo, no começo da rodovia. Quando o vizinho no trânsito gritou “êêê multishow” percebi claramente que tinha entrado em alguma zona escura “além da imaginação”. Agora era relaxar e...
Relaxar e lembrar do cara do posto dizendo que às 4 horas da manhã tava bem melhor “nem trânsito tinha”.
Entre alguns senhores de regata de surfe na beira da estrada se aliviando, eis que surge o D do ABC: Diadema querida, nunca pensei que ficaria tão feliz em te alcançar nessa vida. São 8h05 da manhã, o Guarujá está somente a 77 quilometros, nunca antes tão distantes.
Tem carro de Caracas (como descobri recentemente que alguns chamam Carapicuíba), carro com placa de Oz (Osasco para os íntimos), de Campinas, de São Paulo, tem placa que não acaba mais, irmão, é o que digo, tem placa de Jandira. Num piscar de olhos o transporte escolar vira festa da família.
O sistema de som do carro dos outros era a única música que passava por ali. Assim o comboio do Proibidão promoveu alguns minutos de distração. Cercando meu carro pela faixa da esquerda a frota pesava no grave e na descontração – o primeiro monza vinho sofrido espancava as caixas ao som do funk de guerra, seguido por um funk melody nas caixas de um celta também vinho, finalizado com o funk hit no corsa vinho da seqüência. No rastro a impressão que carro vinho na estrada toca funk na certa.
8h30 o trânsito desaparece. Capuf. Mágica. Deveria haver algum grande acidente ali mas só poucos carros no acostamento indicavam o acontecido. Procurava por algo que explicasse as duas horas para andar pouco mais de 50km.
Mas não havia, a não ser o mantra “muita gente que dirige mal ao mesmo tempo na estrada.”
Restou um grande número de carros mas já era possível engatar até a 4a marcha. Passei o pedágio e a serra suavemente e agradecendo o fim daquela tortura.
A tortura foi suspensa até quase Bertioga, quando a estrada parou de novo – gente chegando via Mogi, gente chegando para a Riviera de S.Lourenço (um mini guarujá encravado no litoral com uma única entrada e saída para milhares de pessoas....ah, a inteligência e perspicácia do nosso sistema rodoviário é emocionante), o que causava congestionamento até a entrada da digníssima praia. Como disse a moradora local passeando no contrafluxo da estrada “ Não aconteceu nada não, moço, é só feriado”.
E é por isso que nunca mais viajo em datas especiais da folhinha de todos nós.
Começava ai a epopéia do feriado furado. Treina hiperventilação minha filha, que só aí para não estressar.
Viajava sem rádio, o primeiro quesito para sobrevivência no trânsito. Esqueça o extintor, que na hora do desespero de não engatar a terceira marcha desde o meio da avenida dos bandeirantes ele não serve para nada. Nem para soltar o dedo e a espuma branca naquele mala do carro ao lado, que também está no anda-e-pára há quilômetros, e tenta fazer amizade.
A minha co-pilota desfalece ao meu lado, num sono pesado fruto de trabalho e uma dor de garganta do mal.
“Tráfego Lento devido ao excesso de veículos” (ah vá! Jura? Não tinha percebido... por que um luminoso me avisa isso?) Quase 7h44 da manhã e não tinha chegado à entrada de São Bernardo do Campo, no começo da rodovia. Quando o vizinho no trânsito gritou “êêê multishow” percebi claramente que tinha entrado em alguma zona escura “além da imaginação”. Agora era relaxar e...
Relaxar e lembrar do cara do posto dizendo que às 4 horas da manhã tava bem melhor “nem trânsito tinha”.
Entre alguns senhores de regata de surfe na beira da estrada se aliviando, eis que surge o D do ABC: Diadema querida, nunca pensei que ficaria tão feliz em te alcançar nessa vida. São 8h05 da manhã, o Guarujá está somente a 77 quilometros, nunca antes tão distantes.
Tem carro de Caracas (como descobri recentemente que alguns chamam Carapicuíba), carro com placa de Oz (Osasco para os íntimos), de Campinas, de São Paulo, tem placa que não acaba mais, irmão, é o que digo, tem placa de Jandira. Num piscar de olhos o transporte escolar vira festa da família.
O sistema de som do carro dos outros era a única música que passava por ali. Assim o comboio do Proibidão promoveu alguns minutos de distração. Cercando meu carro pela faixa da esquerda a frota pesava no grave e na descontração – o primeiro monza vinho sofrido espancava as caixas ao som do funk de guerra, seguido por um funk melody nas caixas de um celta também vinho, finalizado com o funk hit no corsa vinho da seqüência. No rastro a impressão que carro vinho na estrada toca funk na certa.
8h30 o trânsito desaparece. Capuf. Mágica. Deveria haver algum grande acidente ali mas só poucos carros no acostamento indicavam o acontecido. Procurava por algo que explicasse as duas horas para andar pouco mais de 50km.
Mas não havia, a não ser o mantra “muita gente que dirige mal ao mesmo tempo na estrada.”
Restou um grande número de carros mas já era possível engatar até a 4a marcha. Passei o pedágio e a serra suavemente e agradecendo o fim daquela tortura.
A tortura foi suspensa até quase Bertioga, quando a estrada parou de novo – gente chegando via Mogi, gente chegando para a Riviera de S.Lourenço (um mini guarujá encravado no litoral com uma única entrada e saída para milhares de pessoas....ah, a inteligência e perspicácia do nosso sistema rodoviário é emocionante), o que causava congestionamento até a entrada da digníssima praia. Como disse a moradora local passeando no contrafluxo da estrada “ Não aconteceu nada não, moço, é só feriado”.
E é por isso que nunca mais viajo em datas especiais da folhinha de todos nós.
Marcadores: Lado B
3 Comments:
bem vinda ao clube...
ei rê !
adorei o comboio do proibidão ...
tô pensando em encarar o Pop ...
viu meu e-mail ?
vamu nessa ?
kss
Tô com pena de vc por ter encarado essa roubada. E sem som, ainda!! Saudade! Bjo!
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