domingo, maio 06, 2007

Såbado a noite

Do meu lado da cidade, retomava `a labuta que parecia quase sem fim. Poucas horas de descanso na batida da jornada non stop. Chega cedo para sair cedo só no dia seguinte. Logo de cara, sou barrada, havia um problema com a credencial. Não adiantou explicar que era trabalho para o próprio evento, que isso ou aquilo. Quando nego não quer ouvir não adianta. Nem mesmo a vontade de berrar "barra mesmo que assim eu volto para casa e páro de trabalhar." O nonsense de pedir para trabalhar quando tudo o q se quer é estar em outro lugar, só pode ser encarado com humor ("é muito bom a senhora ter humor nessa situação" disse o segurança prontamente treinado pelo RH). Esse mudou rapidamente quando a grosseria começou a fazer parte daquela situação. O cara-crachá-não-pode-entrar me acompanhou boa parte dos 18628 passos dados naquela noite até as 8hs do dia seguinte.

Enquanto isso do centro da cidade, na Praça da Sé, a situação ia além da síndrome do pequeno poder:
"Colado à banca de jornal onde começou o tumulto durante o show dos Racionais MC´s, vi o exato instante em que uma PM nervosa e despreparada resolveu, em vez de conter uma algazarra de meia dúzia de jovens, estragar parte de uma das maiores festas de rua da cidade de SP, a Virada Cultural.(...) " disse Xico Sá

"A primeira vez que vimos uma galera subindo na banca achamos graça e ficamos tirando onda. Da segunda, a banca estava com muito nego em cima, eu comecei a ficar preocupada se os meninos caíssem. Da terceira, vimos que as pessoas estavam subindo no parapeito do prédio ao lado. Uma pergunta básica: porque os policiais militares não contiveram o pessoal e cercaram a banca da primeira vez que alguém subiu, como em qualquer outro lugar do mundo um policial decente faria? Eis a questão. (...)" bem comentou Camile

"Jornalista indignada com a confusão no show do Racionais Por Daniela Gomes
(...)
A polícia acuou toda a população em um canto, balas de borracha zuniam em nossos ouvidos, enquanto bombas de efeito moral explodiam ensurdecendo a população ainda estagnada.
No palco, o vocalista da banda, pedia para a população se acalmar e não revidar o confronto da polícia continuar curtindo o show sem deixar que meros preconceitos estragassem a festa.
Mas quem poderia continuar cantando enquanto apanhava com cassetete? A multidão ainda tentou, mas foi impossível continuar, o corre corre, as bombas, as balas, o choro, o desespero, todos se solidarizavam rapidamente e erguiam aqueles que caíam no chão no meio da corrida. Mas não havia mais para onde correr.
O centro de São Paulo e todas as suas ruas históricas voltaram ao passado ao se tornar um campo de guerra, poucos tentavam ainda protestar contra o ocorrido, mas afinal o que são algumas palavras contra bombas e tiros? Não havia mais o que falar o mais seguro era correr até quando as pernas agüentassem
No trajeto, paro com outras pessoas para descansar, um policial da guarda metropolitana pede para não descansarmos, pois os militares estão vindo logo atrás dando borrachada em qualquer coisa que esteja se movimentando por ali.
(...)" dá para ler aqui ou aqui.

e aqui tem um trecho do discurso do Brown que o Maleronka gravou (tem mais no Trânsito)

Não estava lá para testemunhar então muito menos dizer sobre o que não vi, mas creio que era de se esperar que a polícia não fosse ter lá muito boa vontade com o show do Racionais (não confio na polícia/raça do caralho).
O que Racionais MCs poderiam fazer? Não sei...talvez segurar o verbo ... mas aí não seria Mano Brown & cia.
O que Serra, Kassab E o Sr. Andrea poderiam fazer? Não sei..no mínimo assumir a sua parte da culpa ... em não preparar a polícia, em excluir a parte menos favorecida da população da maioria de suas benfeitorias e não sair com discurso de que a polícia trabalhou bem e a desordem que seria causada ia ser pior.
O que a polícia poderia fazer? Evitar sair dando pau em qualquer um que se movesse, porque como foi visto, o efeito bola de neve é sempre pior.

1 Comments:

Blogger Marilyn said...

Renaaaaaaaaaaata, não venho aqui tem um tempinho... shame on me!
Menina, uma amiga minha estava lá cobrindo [tentando...] o evento e passou por toda essa situação... que triste, hein...
Beijão.

9:03 PM  

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