quarta-feira, fevereiro 28, 2007

De Lá

Direto de NYC:

Nos onze dias por lá não soube quem ganhou o carnaval, quem ficou-com-quem-em-que-camarote-de-cerveja, o que acontecia com a política brasileira.

Soube bem por cima que os EUA votaram a favor da permanência das tropas no Iraque (alguns flashes ou manchetes de jornal), que Rudolph Giulianni vai se lançar à presidência (em entrevista ao Larry King) e que Hillary Clinton disputa com seu colega democrata à chance de também correr à Casa Branca.

Não li uma linha sequer explicando porque algumas pessoas apresentavam um ponto ou uma cruz preta desenhada na testa. Morri de vontade de perguntar e fotografar, mas não o fiz na esperança que no noticiário do dia, ou do dia seguinte, alguma nota, peça ou comentário desvendasse o mistério - uma experiência inédita que durou mais de 24hs, observar pessoas marcadas e pensar teorias malucas que a motivassem a isso - e nem uma linha foi publicada.

Em compensação, pode perguntar: sei tudo do colapso da Britney Spears e do imbroglio que está o enterro-desterro da ex-coelhinha da Playboy Anna Nicole Smith. E quando digo tudo, é tudo meeeesmo:




*a opinião dos especialistas - que variavam de sociólogos à cronistas de showbizz - sobre o que motivou Britney a raspar a cabeça, qual o futuro dela, o dos filhos, da mãe, de Kevin Federline. Que no EBay você encontra para comprar o cabelo que ela mesma raspou visto que a cabelereira não quis. Que ela está sofrendo de adolescência tardia. Que Justin atendeu a ligação dela no meio da madrugada.







*Que Anna Nicole Smith, nascida no Texas, ex-playmate, viúva de um velho bilionário em briga com a família do senhor pela herança, mãe de dois filhos, o mais velho recém-falecido por problemas com drogas, a bebê Danielynn e as dúvidas sobre quem seria o verdadeiro pai e como a mãe tratava a criança, que tipo de primeiros socorros o seu segurança pessoal prestou quando a encontrou no quarto de hotel desacordada (de novo ele, Larry King) e o chove-não-molha que está em torno de onde-quando-como vai ser o enterro da moça


Foi fácil perceber a estranheza dos americanos e a diferença dos noticiários: enquanto aqui só se falava em Juliana Paes desfilando, as tiras da sandália de Grazi e Suzana Vieira aparecendo ao lado do marido (descobri tudo de uma vez, na ida à manicure), lá só se falava em Britney e AnnaNicole. É realmente uma grande diferença.

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

"Quantas danças interrompidas pelo estampido clarão do dia que entra sem se importar com o que há pouco acontecia, poesia. Ah, poesia.

Aquela que faz o mundo rodar na velocidade da mente, das pernas que não encontram um local apenas

fixo não é adjetivo, substantivo, é impositivo.

No ritmo sai andando à procura de uma cadência, um forfé

brasileiro, estrangeiro, corriqueiro, verdadeiro, universal e prazeroso. "

(adaptação de escritos de 18.07.99)


Páginas do primeiro caderno, feito em 99 para o mesmo destino, acompanharam essa viagem, outro trajeto. Um novo pequeno caderno acompanhou-a e trouxe de volta a vida.


domingo, fevereiro 25, 2007

Voltamos às atividades

e a palavra do dia é...

"Word of the Day
Yesterday's Word - Previous Words - Help

apogee \AP-uh-jee\, noun:
1. The point in the orbit of the moon or of an artificial satellite that is at the greatest distance from the center of the earth.
2. The farthest or highest point; culmination.

Apogee is derived from Greek apogaion, from apogaios, "situated (far) away from the earth," from apo-, "away from" + gaia, "earth."

Dictionary.com é melhor que Quiroga

e aos 45 do segundo tempo chegou:

Sunday, February 25, 2007
Yesterday's Word - Previous Words - Help
enjoin \en-JOIN\, transitive verb:
1. To direct or impose with authority; to order.2. To prohibit; to forbid.

saco!

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Sobre ontem à noite

A noite começou com cara de que seria necessário deixar a Arca de Noé em casa e apelar para um barril "á lá Pica Pau nas cataratas", mas a Paulicéia Desvairada insistia em oferecer possibilidades.

Quando surge a fatídica pergunta: "O que tem para fazer hoje?" - e se eu cobrasse pela resposta, teria feito o primeiro milhão antes dos 30 - a resposta é imediata - Qual seu mood para hoje? E ontem, tinha para todo e qualquer estado de espírito:

*dance, dance, dance com Optimo no Vegas...
Como já tinha visto-os quando vieram em 05 pra primeira edição do Campari Rock, deixei passar (embora os pés e os quadris insistissem em para lá apontar.)

*yo-ho-atitude com a volta do Yo-Ho-Delic no CBbar
para quem não lembra é uma banda dos anos 90, o trio Brazil-Banana-Samba deixou o gosto no ar
>Informações recentes dão conta que o Yo-ho-não-rolou e foi transferido para futura data ainda não específicada. Nossa agente infiltrada alerta que aparentemente a banda não foi avisada.

*Aros grossos & all star com Romulo Fróes no Milo
Cão, seu último disco, acrescenta à trilha sonora da sua vida a melancolia, o riso tímido e a suavidade necessária que só o pequeno samba traz; mas ainda circulavam 330V no sangue

*modernos e fashionistas no lançamento do novo disco do Mau Mau no Royal
O modelo era bom mas não para tanto

* balançar até o chão entre chapinhas e músculos no Glória
..e os meus cachos ficam onde nessa?

são as diferentes marchinhas do carnaval paulistano.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

carinha nova nessa casa graças ao Ponicz Akin, que muy gentilmente tem paciência para esclarecer minhas dúvidas...

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

O Centauro no Jardim

"Os judeus, escravos no Egito. Fogem, liderados por Moisés. Atravessam o Mar Vermelho. Vagueiam no Deserto. (E os centauros?) Eu me figurava nessa gente, os judeus, bando imenso, movendo-se lento no Sinai. Da multidão conseguia individualizar, graças aos poderosos olhos da imaginação, dois homens: pai e filho, ou talvez irmãos. Um rosto, empoeirado, os lábios gretados, ia á frente, fitando o horizonte; o outro, a mão debilmente apoiada sobre o ombro do primeiro, seguia-o, os ombros encurvados, a cabeça tombada sobre o peito; os pés de ambos, calçados em sandálias grosseiras, enterravam-se na areia. Eu apertava os olhos, as duas figuras se uniam, com mais um esforço eu as transformava numa espécie de quadrúpede - mas o resultado final era um jumento, um cavalo magro, ou, no máximo de exotismo que eu conseguia, um camelo. Centauro, não.
(...)
Li Marx. Tomei conhecimento da luta de classes, uma constante ao longo da História - mas não vi que papel nela os centauros poderiam ter. Eu estava solidário com os escravos contra os senhores, com o proletariado contra os capitalistas. Mas, e daí? Fazer o quê? Dar coices nos reacionários?"
(O centauro no jardim, Moacyr Scliar, pag 50/51 - ed. Cia das Letras)


Desde "A Mulher que escreveu a Bíblia" virei fã do gaúcho Moacyr Scliar. Sua capacidade de aliar narrativa fluída, fatos históricos, situações nabadescas, humor e crítica sob a mesma prosa transformam seus livros em pequenos prazeres, daqueles que saboreamos vagarosamente na tentativa de que durem um pouco mais.
Ontem terminou a estrada na garupa d´ "O Centauro no Jardim" (ai se Guedali lê essa frase), o começo dela divido acima. Melancoliazinha de saudade que dá.